Questões frequentes sobre a doação de medula óssea:
As respostas a estas questões foram retiradas de páginas como o Instituto Português de Sangue e da Transplantação bem como outro material fornecido pelo IPO do Porto.
Questões relativas à doação
- Ter entre 18 e 45 anos;
- Peso mínimo de 50kg;
- Altura superior a 1,5m;
- Ser saudável;
- Nunca ter recebido transfusões após 1980;
( Nota: Não precisa de estar em jejum)
Não poderá registar-se como Dador de Medula Óssea se tiver pelos menos uma das seguintes condições:
- Idade inferior a 18 anos ou superior a 45 anos;
- Altura inferior a 1.50m;
- Peso inferior a 50kg;
- Obesidade Mórbida, mesmo nos casos de colocação de Banda ou Bypass Gástrico;
- Patologia Cardíaca;
- Hepatite B ou C, alguma vez na vida;
- Doença Oncológica;
- Transfusão de sangue depois de 1980;
- Doenças Auto-imune (Artrite Reumatóide, Lúpus);
- Doenças infecto-contagiosas;
- Insuficiência renal;
- Patologia da Tiróide;
- Diabetes;
- Anemia Crónica;
- Hérnia Discal;
- Fibromialgia;
- Glaucoma;
- Não compreender a língua portuguesa tanto na sua forma oral como escrita;
- Não ter residência estabelecida em Portugal.
Esta informação é básica e pode haver outros factores que excluam a possobilidade de se registar como dador.
Devido à necessidade de fazer factores de crescimento durante o período da doação, não é possível registar-se como dador uma vez que poderia surgir complicações por causa da mesma.
Não, não é possivel saber a quem estão a fazer a doação, no entanto, o mais importante é saber que irá fazer a diferença na vida de uma pessoa.
Sim. Como voluntário, o dador não tem qualquer tipo de obrigação legal, podendo desistir a qualquer momento por diversas razões. Contudo, deve-se lembrar que é de extrema importância e vital para a pessoa que necessita do transplante.
Sim, apesar de não ser possível ao profissional de saúde doar sangue, este tem a possibilidade de ser dador de medula.
Todas as células colhidas a um doente (para transplante autólogo) ou a um dador (para transplante alogénico) são processadas num laboratório próprio sob condições de assepsia. Após realização de análises de conteúdo celular, viabilidade, esterilidade e funcionalidade são armazenadas ou enviadas para o doente.
Células para transplante autólogo | Células para transplante alogénico |
---|---|
Congelação no dia da colheita | Separação da fração celular pretendida no dia do transplante |
Armazenamento em azoto líquido | Envio para infusão no doente |
Descongelação no dia do transplante | Congelação da fração de reserva (se existir) |
Envio para infusão no doente | Armazenamento em azoto líquido |
O tempo que as células podem permanecer congeladas em azoto líquido não está definido legalmente. Sabe-se que existem produtos que mantêm a viabilidade celular 20 anos após a sua congelação e outros que após 1 ano apresentam viabilidade baixa. Nesse sentido decidimos conservar as células enquanto houver uma possibilidade do recetor necessitar das mesmas, seja para transplante ou para outro tipo de terapias celulares que possam melhorar o seu estado de saúde.
O IPO Porto tem tanques próprios para armazenamento das células; no entanto, os espaços são limitados e prioritariamente destinados aos doentes que se encontram em programa de transplante ou de outras terapias celulares. Quando um doente não tem mais indicação para tratamentos com células, estas têm de ser eliminadas de modo a libertar espaços para os novos doentes. No entanto, podem ser previamente utilizadas em estudos beneficiando assim outros doentes.
O IPO Porto tem em curso diversos estudos realizados por estagiários ou profissionais do Serviço no sentido de avaliar a viabilidade e funcionalidade das células sob diferentes condições e com o objetivo de fornecer aos doentes produtos de elevada qualidade.
É um tecido gelatinoso, localizado no interior do osso. Contém células vulgarmente conhecidas como células estaminais.
É a partir delas que se formam todas as células que constituem o sangue: eritrócitos, leucócitos e plaquetas. As células estaminais podem ser colhidas do próprio doente, antes do tratamento com altas doses, ou podem provir de outra pessoa. Neste caso, a pessoa é internada no hospital, para fazer o tratamento.
É quando um doente recebe medula óssea colhida a um dador saudável e compatível. Este tratamento é necessário em doenças que afetam a medula óssea, como é o caso de algumas doenças oncológicas.
Existem dois métodos diferentes: a medula é colhida directamente do interior do osso (Punção) ou colhida através do sangue pelas veias dos dois membros superiores (método Periférico).
Inicialmente é feita uma procura na família. Se não existir dador familiar compatível, procura-se no registo nacional e internacional de dadores de medula óssea.
Todos aqueles que forem saudáveis e com idade compreendida entre 18 e 45 anos, podem fazer inscrição no Centro de Sangue da Transplantação (existe no Porto, Coimbra e Lisboa) para avaliação clínica, analítica e estudos de compatibilidade.
Após a seleção como dador, terá uma consulta médica para avaliação do seu estado de saúde. Durante esta, será prestada toda a informação sobre o processo da dádiva e será solicitado a assinar o consentimento. Serão colocadas questões relacionadas com os seus antecedentes pessoais e hábitos de vida. De seguida realizará exames laboratoriais, incluindo um electrocardiograma e uma radiografia de tórax. A confidencialidade dos dados transmitidos é garantida de acordo com a lei vigente.
Sempre com respeito pela privacidade do dador como ser humano, a equipa clínica faz voto de confiança no dador e nas suas respostas. O ato de realização da dádiva pressupõe que o dador assume a responsabilidade e garante a veracidade das suas respostas ao questionário, contribuindo assim para a sua segurança e da sua dádiva.
São células imaturas presentes na medula óssea que, ao desenvolverem-se, vão dar origem às células maduras do sangue: glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas.
As Células Progenitoras Hematopoiéticas podem ser colhidas a partir da própria medula óssea ou do sangue periférico.
O Centro de Transplante pede o tipo de células mais adequado ao doente. O médico do Centro de Colheita orienta e aconselha o dador, pertencendo a este a decisão final.
É muito importante manter os dados actualizados, caso tenha mudado de contacto ou morada pode actualizar os seus dados em:
A inscrição como dadora é permitida, a doação de medula não. Nestas situações, em que a dadora activada, informa que se encontra gravida, é retirada temporariamente do Registo (12 meses após o parto).
Riscos decorrentes da colheita da amostra de sangue, e que se podem considerar mínimos e os decorrentes do processo da eventual colheita efetiva de células para transplante.
Todo o processo é justificado como sendo um acto médico.
É um procedimento internacional, decidido em conjunto por todos os registos de maneira a garantir toda a segurança do processo.
O CEDACE encontra-se ligado a uma base Mundial, que garante que o processo possa ser desenvolvido (activação e colheita) em qualquer registo que esteja associado.
Sim, uma vez que a medula regenera. Há circunstâncias particulares em que a pessoa pode ser solicitada a dar mais do que uma vez, já tem acontecido, mas são situações muito raras.
Quando se é dador efectivo, essa dadiva é para o doente que se encontra a compatibilidade.
O critério de limite de anos para inscrição é definido pelo WMDA e tem por base uma permanência mínima na base de dados de 10 anos do dador inscrito, além de que, como sabemos, com o aumentar dos anos a probabilidade de o dador ser excluído por doença aumenta.
No futuro iremos ter uma área onde pode ver os testemunhos de dadores e doentes, entretanto pode consultar aqui (havendo também por parte de portugueses):
Stories – World Marrow Donor Day
Nota: O site encontra-se em inglês
Não pode ser dador de sangue nem de medula óssea, a implementação deste critério de suspensão da dádiva surge na sequência do risco de transmissão de uma variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vCJD), também designada por doença das vacas loucas.
É uma cirurgia que obriga a exclusão automática.
- Banda Gástrica ou By-pass Gástrico (pela história obesidade)
Questões relativas à colheita
Se precisar de ajuda, ligue para o IPO-Porto 225 084 000 e peça à telefonista que passe a chamada para o Serviço de Terapia Celular (ext 5226/5227).
A colheita deste tipo de células é um procedimento não cirúrgico, realizado num centro hospitalar e em regime ambulatório. Nos 5 dias que antecedem a dádiva, receberá injeções de um medicamento chamado filgrastim para aumentar o número das Células Progenitoras Hematopoiéticas; a este tratamento dá-se o nome de mobilização. Ao 5o dia de mobilização é iniciada a colheita através de um processo chamado aférese. Será colocada uma agulha em cada braço, sendo uma para retirar sangue e a outra para devolver, após a máquina ter separado as células pretendidas. A colheita pode levar até 4 horas e ser necessário repetir no dia seguinte.
No caso de maus acessos venosos, é colocado um cateter na veia femoral o que implica um curto internamento. Antes da colheita pode sentir dor de cabeça, óssea e muscular, semelhante a uma gripe ou resfriado, pelo que lhe serão receitados analgésicos. Estes são os efeitos mais frequentes das injeções, mas desaparecem logo após a dádiva. Outros efeitos são dificuldade em dormir, enjoos e cansaço.
Durante a aférese podem surgir formigueiros na boca, mãos e pés e cãimbras musculares leves, que são facilmente tratados.
Após a colheita sente-se cansado, mas pode ir para casa desde que acompanhado. Pode ter hematomas nos locais de picada, pelo que serão feitos pensos compressivos nos braços. Deve seguir as recomendações dadas pela equipa de colheita.
O tempo de recuperação varia de acordo com a pessoa e o tipo de colheita. Em geral pode retomar a sua atividade de rotina dentro de 2 a 4 dias.
Todos os dadores realizam uma consulta e análises ao 1 mês e ao 1 ano após a dádiva, que serão marcadas de acordo com a sua conveniência.
– Comunique ao médico da consulta todos os seus problemas de saúde, alergias e medicação que se encontra a tomar.
– Se toma Varfine, Sintrom ou Aspirina, esta medicação deve ser suspensa uma semana antes da colheita.
– Execute atividades laborais e físicas leves/moderadas nos dias anteriores à colheita.
– No dia da colheita use vestuário confortável e prático; faça-se acompanhar de Cartão de Identificação pessoal e contactos de emergência.
– Na eventualidade de ficar internado traga também objetos de higiene pessoal, vestuário adequado, livros ou revistas.
– Deixe todos os valores, incluindo jóias, em casa.
– No dia agendado compareça às 08h00 no setor administrativo do Serviço de Terapia Celular (Edifício E, Piso 2, área dos dadores de sangue/medula).
– Pode trazer um acompanhante; as crianças poderão fazer-se acompanhar por dois.
– Mantenha uma boa alimentação no resto do dia.
O IPO Porto fornece vestuário próprio para usar durante a colheita; as crianças devem trazer já vestido um fato de
treino/pijama confortável e quente.
– Não pode guiar durante 24 horas.
– Não tome Aspirina ou anti-inflamatórios não esteroides durante 48 horas; após esse período pode retomar a
medicação habitual.
– No caso de tomar Varfine ou Sintrom, recomece a medicação de acordo com a indicação do médico.
– Na eventualidade de dores ósseas, tome Paracetamol.
– Em casa: reforce a ingestão de líquidos; evite o consumo de bebidas alcoólicas nas 24 horas seguintes aumente a quantidade de legumes e carne vermelha nos dias seguintes.
– Utilize vestuário confortável e prático.
– Evite manusear máquinas pesadas, subir escadas ou pegar em cargas enquanto mantiver cuidados nos locais de
punção.
O cateter é retirado no dia seguinte ao término da colheita, devendo decorrer pelo menos 6 horas após a mesma.
Tem de manter repouso absoluto durante pelo menos 2 horas para evitar hemorragia local.
É colocado um penso compressivo durante 24 horas, o qual é retirado e substituído por um penso normal; este deve manter cuidados de desinfeção durante 2-3 dias até à sua retirada.
No domicílio recomenda-se que:
– faça compressão durante 2 minutos e coloque gelo no caso de hemorragia na zona de punção
– não se sente nem se dobre bruscamente.
Método de recolha periférica:
Antes | Durante | Após | |
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Dieta | Faça as refeições de acordo com a sua dieta habitual | O IPO fornece dieta ligeira durante a colheita | |
Medicação | Em caso de dores ósseas devido à administração de fatores de crescimento pode tomar Paracetamol | ||
Percurso | É acompanhado(a) por uma assistente operacional que o(a) levará à sala de aférese | ||
Actividade Laboral | Pode regressar à escola/trabalho em 1/2 dias
Deve aguardar 3 dias para iniciar atividade no caso de ser piloto de aviação ou mergulhador |
Método de recolha através de Punção:
Antes | Durante | Após | |
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Dieta | Não coma nem beba nada depois das 00h00 da noite anterior à doação | ||
Medicação | Em caso de dores nos locais de punção pode tomar Paracetamol | ||
Percurso | É acompanhado(a) por uma assistente operacional que o(a) levará à Unidade de Cirurgia Ambulatória onde será avaliado(a) pelo anestesista | ||
Acessórios | Use uma almofada no carro para maior acomodação enquanto sentir dor ou desconforto local | ||
Actividade Laboral | Pode regressar à escola/trabalho em 2/3 dias
Se possível não inicie com horário completo, aumente à medida que se sinta melhor |
Através do método de recolha periférica (Aférese) normalmente um dia no máximo dois.
O método de punção uma vez que tem internamento tem uma duração de 48 horas.
O CEDACE responsabiliza-se por todas as despesas decorrentes da colheita.
Questões relativas à doação por método periférico (aférese)
1 – Segurar na seringa e retirar a cobertura da agulha sem torcer.
2 – Administrar a injeção num dos locais assinalados na figura (zona à volta do umbigo e parte lateral das coxas).
3 – Desinfetar a pele usando um algodão embebido em álcool e prender a pele entre o polegar e o dedo indicador, sem a apertar.
4 – Introduzir completamente a agulha na pele e injetar o líquido de forma lenta e uniforme, mantendo sempre a pele presa. Depois de injetar o líquido, remover a agulha e soltar a pele.
As injeções devem ser guardadas no frigorífico (sem congelar). Deve trazer as seringas vazias para procedermos à sua eliminação.
As injeções não utilizadas ou excedentes devem ser sempre devolvidas ao Serviço de Terapia Celular.
Durante os dias em que vai fazer as injeções deve tomar Paracetamol na dose de 1g, via oral, de 8 em 8 horas (ou de 6 em 6 horas, se necessário). Esta medicação é prescrita pelo médico durante a consulta.
Se precisar de ajuda, ligue para o IPO-Porto 225 084 000 e peça à telefonista que passe a chamada para o Serviço de Terapia Celular (Extensão: 5309/5307) ou para a Secretaria (Extensão: 5226/5227).
Em 99% dos casos, o próprio dador administra injeções subcutâneas.
Sim, podem realizar numa farmácia ou no Centro de Saúde.
Questões relativas à doação por método Punção
A colheita de medula é um procedimento cirúrgico sob anestesia geral que ocorre no bloco operatório durante 2 a 3 horas. A medula é retirada dos ossos ilíacos com uma agulha por aspiração.
É internado na véspera para realizar consulta de anestesia e análises e tem alta no dia seguinte à colheita.
Após a colheita pode ser necessário transfundir sangue, pelo que receberá a unidade que colheu previamente na consulta. Pode também sentir dor nos locais das picadas, que passam com analgésicos e desaparecem ao final de 2 a 3 dias. Deverá seguir as recomendações dadas pelos enfermeiros relativamente aos cuidados locais.
Não, os factores de crescimento são só utilizados no método de recolha periférica (Aférese).
Entrevista bastante informativa com a Dra. Susana Roncon no Porto Canal:
Entrevista a Susana Roncon, diretora do Serviço de Terapia Celular do IPO-Porto, no programa Consultório do Porto Canal para esclarecer algumas dúvidas que possam existir sobre dádiva de células e medula óssea. 👇
Publicado por IPO-Porto em Segunda-feira, 27 de setembro de 2021
Questões que se podem encontrar no vídeo, respondidas pela Dra. Susana Roncon, diretora do Serviço de Terapia Celular do IPO-Porto:
Como sei que posso ser dadora e que tipo de exames tenho que fazer e quantas vezes posso doar? Minuto – 4:25
Sou diabética posso doar medula? Minuto – 6:05
Até que idade posso ser dador? Minuto – 6:57
No caso de um dador querer conhecer o receptor ou vice-versa é possível? Minuto – 9:35
Como é feito o transporte da medula para outros países? Minuto – 12:35
Testemunho de um dador – Minuto – 14:40
Existe alguma consequência por doar medula? Minuto – 18:36
Fui operado e recebi uma transfusão de sangue, posso ser dador? Minuto – 21:20
Vou sentir dor? Minuto – 23:25